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O leite materno é, indiscutivelmente, a melhor e mais adequada fonte de nutrientes, fatores de proteção e fortalecimento emocional para o lactente durante o seu primeiro ano de vida. Logo após o nascimento da criança, até o terceiro ou quarto dia pós-parto, a produção do leite materno é controlada principalmente por hormônios e a “descida do leite” ocorre mesmo se a criança não sugar o seio. Nos primeiros dias, a secreção de leite é pequena, menor que 100ml/ dia, mas já no quarto dia a nutriz é capaz de produzir, em média, 600ml de leite.

Porém, após essa fase inicial, começa a galactopoiese, a fase que perdura a lactação toda, em que a produção do leite dependerá principalmente da sucção do bebê e do esvaziamento da mama, o que garante a reposição total do leite removido.

Existem muitos mitos e tabus relacionando alimentos ingeridos pela mãe e ocorrência de desconforto abdominal e cólicas no bebê. Mas, como regra geral, as mulheres que amamentam não necessitam evitar determinados alimentos uma vez que a qualidade nutricional do leite materno sofre influência direta da dieta materna, especialmente para Vitamina D, Vitamina A, Vitaminas hidrossolúveis (B12), iodo e ácidos graxos.  Logo, o consumo em quantidades adequadas de alimentos energéticos, protéicos e com micronutrientes essenciais é fundamental para a boa condição de saúde do binômio mãe-filho.

ORIENTAÇÕES GERAIS:

  • Consumir dieta variada, incluindo cereais integrais, frutas, legumes, verduras, carnes, ovos e leite com moderação
  • Ingerir água adequadamente;
  • Consumir com moderação café e outros produtos cafeinados;
  • Evitar dietas e medicamentos que promovam rápida perda de peso (mais de 500g por semana);

Se a mãe perceber alguma reação na criança de algum componente de sua dieta, deve-se procurar a ajuda de um profissional capacitado para avaliar criteriosamente o que causou a reação para evitar restrição e monotonia alimentar desnecessárias.

Para aumentar a produção de leite materno, um número substancial de mulheres também se volta para o uso de ervas galactogogas.

Foeniculum vulgare, Anethum graveolens, Pimpinella anisum, Nigella sativa e Vitex agnus-castus estão entre as plantas galactogogas mais eficazes da medicina tradicional. Muitas atividades farmacologicamente relevantes foram relatadas para essas ervas. Um exemplo de uma mistura de ervas que que contém em sua formulação o Funcho ( Foeniculum vulgare) e a Erva Doce (Pimpinella anisum) é o Chá Misto da Mamãe com especiarias, que ainda contém Melissa (Melissa officinalis L.) e Rosa Silvestre (Rosa canina) para adicionar propriedades calmantes à formulação.

Em mães com bebês prematuros e que são tratadas em unidade de terapia intensiva neonatal, o consumo de chá de galactogogos aumenta a lactação e previne a falta de leite humano, sem qualquer efeito adverso.

O consumo materno de chá de ervas contendo feno-grego também parece ser útil para melhorar a produção de leite materno e facilitar a recuperação do peso ao nascer no período pré-natal.

O gengibre também mostrou-se um galactagogo natural promissor para melhorar o volume do leite materno no período pós-parto imediato, sem qualquer efeito colateral notável, em um estudo randomizado, duplo-cego controlado.

Nos últimos 2 anos, tem-se publicado a respeito do composto Silimarina-fosfatidilserina e galega, demonstrando que aumenta a produção de leite em mães de bebês prematuros sem efeitos colaterais significativos até o 30º dia de vida e melhora a administração de leite humano após a alta até os primeiros 3 meses de vida.

Vale salientar que estas são orientações bem gerais, cada caso deve ser analisado individualmente! Procure uma equipe multiprofissional para te auxiliar e apoiar nesta fase tão desafiadora e ao mesmo tempo tão crucial na saúde do seu filho!

Por Anne Alves
Esp. Nut. Clínica (residência) (IMIP/PE)
Pós-grad. Nut. Clínica Funcional (CVP-UniCSul/SP)
Pós-graduanda Fitoterapia Funcional (CVP-UniCSul/SP)
@annealvesnutri

REFERÊNCIAS:
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